
Robério de Ogum recomenda que o Palmeiras use meias brancas na partida final.
O Palmeiras se prepara para o confronto decisivo do Campeonato Paulista na próxima quinta-feira (27). O cenário remete à final de 1993, quando o Verdão perdeu por 1 a 0 e precisava de uma vitória para acabar com um jejum que se estendia desde 1976.
Entre os jogos, ambos realizados no Morumbi, houve uma mudança no uniforme do Palmeiras. O vidente Robério de Ogum, que trabalhava com Vanderlei Luxemburgo, recomendou que o time jogasse com camisa de manga longa e meião branco no jogo de volta.
– O Palmeiras estava sob forte pressão, há muito tempo sem conquistar um título. O que também influenciou foi o Viola, com sua imitação do porco. A provocação tocou a sensibilidade espiritual. Foi algo muito humilhante. O jogo de volta precisava ser virado de todas as formas, por isso foi aceito jogar com meiões brancos. Fiz a previsão de vitória por 3 a 0, mais um gol na prorrogação, e três jogadores do Corinthians expulsos. Trabalhei espiritualmente por dias – relembra Robério de Ogum.
Era uma corrente muito forte. O Senhor Ogum mostrou que era necessário mudar o tradicional, e por isso sugeri a camisa listrada de manga comprida e o meião branco. Desmontamos um uniforme. A energia precisava fluir de todos para que um pudesse ver o outro.
A derrota no Allianz Parque ocorreu com o mesmo placar da decisão de 32 anos atrás. Embora atualmente afastado do futebol, Robério de Ogum recomenda que o Palmeiras use novamente o meião branco na partida da Neo Química Arena.
– Em 1993, havia todo tipo de pressão imaginável. Não dá para comparar com o momento atual do Palmeiras, mas se eu fosse o Abel, pediria para jogar com meiões brancos. O jogador é treinado para executar suas funções, mas no futebol é necessário ter intuição. Quando se tem mais clareza, você tem mais intuição. O habitual está desgastado. O futebol não é uma matemática, e uma alteração mexe com a intuição – explica.
A decisão sobre o uniforme não cabe ao Palmeiras. Como teve melhor campanha no Paulistão, o Corinthians decide em casa e tem a preferência. No jogo de ida, o rival utilizou camisa branca, calção preto e meiões brancos. Se o uniforme se repetir, o Maior Campeão do Brasil precisará jogar de verde. No último clássico em Itaquera, em novembro passado, os donos da casa atuaram de preto.
Palmeiras e Corinthians voltam a decidir o estadual após cinco anos. Em 2020, o Verdão venceu nos pênaltis usando meiões verdes.

Trabalho no rival
Uma curiosidade marcou a conquista do Palmeiras em 1993. Robério de Ogum já colaborava com Vanderlei Luxemburgo, mas como o técnico estava sem clube antes de ser contratado por José Carlos Brunoro, Robério trabalhou com Nelsinho Baptista, então treinador do Corinthians.
– Em 1993, eu auxiliava Nelsinho Baptista porque Vanderlei (Luxemburgo) estava sem clube. Porém, eu avisei a Nelsinho que quando Vanderlei voltasse a trabalhar, eu retomaria o trabalho com ele. Após algum tempo, houve o acerto com o Palmeiras e fizemos o possível para que o clube voltasse a vencer após um longo período, e tudo deu certo.
Desta vez, não há possibilidade de prorrogação. O Corinthians tem a vantagem do empate, e o Palmeiras precisa vencer por um gol de diferença para levar a decisão para os pênaltis. Uma vitória por dois ou mais gols garante o tetracampeonato inédito na era profissional do futebol estadual.